


Foi assim que, chegada a sua vez, Òsétùwá, o 17° Odu, foi encarregado de transportar o sacrifício até Olódùmarè.
Antes de partir, o filho de Òsun foi consultar o Oráculo, e dele recebeu as seguintes ordens: _Uma oferenda deve ser feita, composta de seis pombos, seis galinhas, e seis centavos, antes de tua partida para o Òrun. Quando fores fazer a oferenda, encontrarás no teu caminho, uma anciã, à qual deves fazer o bem.
Quando o jovem partiu para entregar a oferenda a Èsù, encontrou no caminho uma velha, que já existia desde o tempo em que os primeiros seres humanos surgiram na Terra.

_ Sim, é chegada a minha vez. _ disse Òsétùwá.
_ Comeste alguma coisa hoje? _ perguntou a velha.
_ Sim, eu já me alimentei. _ ele respondeu.
_ Pois eu, já faz três dias que não tomo qualquer tipo de alimento. Não tenho dinheiro para comprar comida. _ disse a velha.
Condoído, o jovem pegou os seis centavos que iria oferecer à Èsù, entregou-os à velha para que pudesse comprar alimentos.
_ Adupe o! Agora volta ao local de onde vieste e diz a todos que não irás hoje porque achas que não é conveniente. Amanhã, de manhã bem cedo, carrega a oferenda de Olódùmarè. Não deves comer nada, nem sequer podes beber água antes de chegares às portas do Òrun. Todos os que te precederam comeram a comida da Terra antes de partir e, por isto, as portas lhes foram fechadas. _ concluiu.
E, dizendo isto, a velha desapareceu na mesma forma que aparecera, misteriosamente.
No mesmo dia Òsétùwá foi ao encontro de Èsù para perguntar-lhe como deveria agir.

_ Não, nada comi, nada bebi! Ontem, quando me propunha a seguir viagem, deparei com uma velha que me aconselhou a adiar para hoje a minha missão, e para que fosse bem-sucedido, deveria manter o mais absoluto jejum._ respondeu Òsétùwá.
_ Muito bem, se é assim irei contigo._ disse Èsù.
E então Òsétùwá e Èsù partiram juntos rumo aos portões do Òrun.
Qual não foi a surpresa de ambos quando, ali chegando, encontraram os portões já abertos, como se estivessem esperando por eles.
Apressados, seguiram em direção ao palácio de Olódùmarè que, depois de examinar a oferenda, disse:
_ Vocês sabem me dizer qual foi o dia que choveu pela última vez na Terra? Gostaria de saber se o mundo já não foi completamente destruído... Que tipo de vida ainda pode ser encontrada por lá?
Se querem preservar o mundo é indispensável que seja criado um culto por meio do qual os homens restituam parte de tudo o que consomem para seu próprio sustento e sobrevivência em forma de sacrifícios.
O alimento que digerem, a água que bebem, o ar que respiram, tudo deve ser restituído ritualisticamente, representado por pequenas porções. Em cada uma destas porções me farei presente, pois elas, como tudo o mais, são parte de mim mesmo._ disse Olódùmarè.
_ Como parte de ti?_ perguntou Èsù_ Podes desvenda-nos este mistério?

Eu sou o Pai e a Mãe do Universo. Sou seu sustentador e purificador. Os Orixás e os Eborás são manifestações de minha personalidade múltipla e, ao mesmo tempo, indivisível.
Tudo o que for a eles oferecido pelos homens, será por mim recebido, pois eu sou a meta, a morada e o refúgio. Sou a eterna semente, sou o tudo e sou o nada. Sou Ogbe, a vida, e Iku, a morte. Sou a criação e a aniquilação.
Sou igual com todos, imparcial e amigo. Sou amor por minha criação, pois estou nela, faço parte dela.
É necessário que os humanos reiterem seus sacrifícios para que tal coisa não volte a acontecer. Tudo aquilo que consomem deve ser simbolicamente restituído à natureza, que dispensa a eles os meios de sobrevivência. As oferendas são indispensáveis para a manutenção do sistema! _ finalizou Olódùmarè.
Em seguida, Olódùmarè entregou a eles todas as coisas de valor que já haviam perecido na Terra, e que eram indispensáveis à sua sobrevivência; dentre estas coisas estavam diversos feixes de chuva.
Logo que saíram do palácio, Òsétùwá perdeu um dos feixes de chuva e imediatamente começou a chover com muita intensidade sobre a Terra.
O Axé novamente se expandia sobre a Terra, e o mundo tornou-se, outra vez, aprazível e poderoso.
E Èsù Odara e Òsétùwá por haverem, juntos, salvo a Terra da destruição se converteram portadores de todas as oferendas endereçadas ao Òrun.
Um comentário:
Parabéns pela postagem dessa lenda que contribui muito para nossa nação.São pessoas e yalorisás iguais a você que sentimos orgulho e felizes de pertecerem a nossa religião Parabéns que Oxum lhe banhe com o axé da prosperidade,do amor, e da saúde. dois mil e doze abraços. Iclayr Mendes (chocolate) Ribeira do Pombal Bahia
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